domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Felicidade do outro


Acho que sabemos que amamos verdadeiramente uma pessoa quando a vemos partir, isso nos parte em mil, e ainda assim desejamos que ela seja feliz, mesmo se nossos mil pedaços vagam chorando em cada canto. Só o amor nos torna seres assim tão superiores, capazes de tanta grandeza.

Desejar a felicidade de quem magoou nosso coração não é assim coisa tão fácil. Exige de nós uma força extraordinária. Uma luta se trava em nós: parte nos empurra, nos cega para o bom e abre nosso coração à mágoa e outra parte se enche de ternura com as lembranças do que de bom vivemos. É nosso eu doente e nosso eu são dentro de um mesmo espaço e cada qual tentando falar mais alto. Como desejar a felicidade de quem nos feriu? Como passar por cima? Não somos santos, é o que nos dizemos. Somos feitos de carne, osso, alma e coração. Temos sentimentos... e os bons ficam assim tão miúdos quando os maus aparecem...

Só mesmo um coração maior que nós e nosso eu para vencer uma luta como essa. Só mesmo um amor sem tamanho e uma bondade sem limites.

O amor é uma água bendita! Ele lava as mágoas, ele purifica, deixa branco, sem mácula. Se você for capaz de perdoar a alguém que feriu seu coração e ainda desejar a felicidade dele, saiba que o amor é o dom maior que vive no seu ser e que você é uma pessoa bem-aventurada!

E pessoas bem-aventuradas não só caminham com a felicidade do lado, elas caminham de mãos dadas com ela e vai chegar fatalmente o dia em que essa felicidade vai abraçá-las.
Por Letícia Thompson

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Mudando o Padrão


Uma das maiores dificuldades para o ser humano é viver uma vida em total aceitação. Aceitar os acontecimentos quando eles vão contra nossos desejos e expectativas é algo muito difícil. Entretanto, este é o aprendizado mais essencial, que pode fazer a diferença entre uma vida tranqüila e relaxada e outra, permanentemente dominada pela ansiedade, a frustração e a raiva.

Ninguém fica feliz ao ter a realização de seus desejos contrariada, no entanto, podemos, sim, aprender algo com esta experiência, ainda que seja encarar a realidade de que somos incapazes de ter todas as variáveis da existência sob controle. O ego detesta ser contrariado e, quando isto acontece, geralmente agimos de modo irracional. O que faz a diferença é passar a perceber quando esta reação acontece e como podemos mudar este padrão de comportamento.

Ao invés da raiva, cultivar a aceitação consiste em não perder muito tempo na energia da revolta. Mas, passar, o mais rápido possível, para outro estágio, no qual nos dedicamos a encontrar uma nova maneira de lidar com o fato, percebendo como podemos tirar proveito desta situação, encontrar saídas e alternativas que nos tragam outros aprendizados.

Quanto mais treinarmos e aperfeiçoarmos esta habilidade, aos poucos perceberemos que a aceitação se torna uma reação natural e espontânea, que já não exigirá qualquer esforço de nossa parte. Ao contrário do que muitos imaginam, aceitar não se resume a uma postura passiva e conformada diante da vida, ao contrário, é uma demonstração de inteligência, pois consiste em agir em harmonia com o ritmo da natureza, em vez de desperdiçar tempo tentando alterá-lo ou indo na direção oposta.

Obviamente, este é um aprendizado que não surge da noite para o dia. Exige um estado de atenção permanente ao nosso próprio interior, nossa mente e nossas emoções. Mas, ao exercitar esta mudança, somos surpreendidos pela rapidez com que a nova atitude se consolida, uma vez que nos dediquemos a desenvolvê-la com sinceridade e confiança.
Por Elizabeth Cavalcanti