domingo, 14 de dezembro de 2008

Quem realmente está seguro?


"A segurança nada mais é que uma superstição. Ela não existe na natureza. Nem os filhos dos homens podem experimentá-la totalmente. Evitar o perigo não é, a longo prazo, mais seguro do que enfrentá-lo diretamente. Ou a vida é uma aventura perigosa ou não é nada. Voltarmo-nos para a mudança e comportarmo-nos como espíritos livres na presença do destino, é uma força indestrutível."Helen Keller

Em nossa vida diária a virtude da coragem não é muito valorizada. É uma qualidade reservada para soldados, bombeiros e ativistas. A segurança é o que mais importa hoje. Talvez você tenha sido educado para evitar atitudes atrevidas ou corajosas. Talvez você tenha ouvido frases como: "Não seja muito arrojado". "Não corra riscos desnecessários". "Não chame a atenção sobre você em público". "Siga a tradição familiar". "Não fale com estranhos". "Fique de olho em pessoas diferentes".

Mas o efeito colateral de se enfatizar demais a importância da segurança pessoal é que você se torna uma pessoa extremamente tensa e insegura. Se em vez de estabelecer suas próprias metas, fazer planos para alcançá-las e ir atrás delas com garra e determinação, você preferir economizar a sua energia jogando do lado seguro... Se você prefere manter o seu trabalho fixo, mesmo que isso não lhe traga a menor satisfação... Se você prefere continuar com esse relacionamento desastroso, embora por dentro aquela paixão já tenha morrido e você se sinta vazio... Se você acha uma boa idéia aceitar o seu quinhão na vida e fazer o melhor que pode deixando a vida rolar... Então, talvez, na melhor das hipóteses, seu barco ainda o leve à terra firme; mas, mesmo assim, não aposte que isso o fará mais feliz.

Não há dúvidas de que existem perigos reais na vida que devemos evitar. Mas há uma diferença enorme entre irresponsabilidade e coragem. Não me refiro à coragem necessária para salvar, por exemplo, alguém de um afogamento onde você arrisca a sua própria vida. A coragem a que me refiro é aquela que precisamos para enfrentar e destruir nossos medos imaginários e retomar o controle sobre nossa vida e nosso destino. Medos como o do fracasso, da rejeição, da privação, da solidão e da humilhação. O medo de nos expressarmos abertamente, de sermos o que realmente somos. O medo de não sermos ouvidos, de não sermos aceitos na família, no grupo social; o medo do arrependimento e do ridículo que tanto nos paralisa e também o medo do próprio sucesso.

Quantos desses medos estão emperrando sua vida agora? Como seria sua vida se esses medos desaparecessem de repente? Veja, você ainda manteria sua inteligência para esquivar-se dos perigos reais, mas sem viver a emoção do medo, certamente se arriscaria mais e mergulharia de cabeça em seus projetos, em seus sonhos. Você falaria mais com estranhos e descobriria que eles também têm um mundo maravilhoso que você pode explorar e desfrutar. Você descobriria a alegria incomparável de vencer esse carrasco que o aprisiona e acabaria fazendo disso um motivo de crescimento pessoal. Cada vitória sobre o medo é um tijolo a mais na construção desse novo homem ou mulher que você quer ser.

Certamente você já tentou se convencer de que não tem medo de nada, de que há realmente bons motivos pelos quais você não faz aquilo que deseja. Você diz: seria indelicado eu me apresentar a um estranho em uma festa, por exemplo. Eu não falo em público porque eu não tenho nada a dizer. Não posso pedir aumento agora ao meu chefe porque sei que a empresa não está em um bom momento. Eu não vou me candidatar àquela vaga porque há uma fila enorme de candidatos e a minha chance é praticamente nenhuma.

Todas essas coisas são justificativas para o medo que você sente. Imagine como sua vida seria bem diferente se pudesse fazer todas essas coisas com confiança e coragem, se vencesse esse inimigo imaginário que você cria e alimenta dentro de você!
Por Celso A. Cavalheiro

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Descubra-se também nos defeitos


Existe um tempo em que estamos com a autoconfiança suficientemente desenvolvida para que possamos encarar alguns dos nossos defeitos, conscientes de que neles se encontram novas chances de progresso para nossa vida. É simples pensar assim, mas é extremamente difícil assumir honestamente aquilo que jamais gostaríamos de expor.

Quantas vezes nos sentimos magoados ou irritados com alguém que teve a coragem de nos dizer alguma coisa que não queríamos ouvir? Pense que, quanto mais magoados ou irritados ficamos, maior é a quantidade que possuímos daquilo que nos foi revelado.

Não queremos ser chamados de egoístas, de mentirosos, de manipuladores, medrosos, falsos, incompetentes, desajeitados, frios, bobos enfim, não queremos enxergar em nós esse lado tenebroso que é o nosso lado inferior.

Afinal somos pessoas tão boas, esclarecidas, lúcidas, honestas, embora não perfeitas porque ainda humanas.

Isso é verdade, somos também assim, mas isso não exclui uma infinidade de imperfeições que estão à espera de um cuidado especial para que, uma vez transformadas, possam ser incluídas nas nossas reservas de quilates mais altos, onde cabe ainda muita preciosidade.

Estamos tão acostumados a re-agir, que, mesmo quando alguém de fora reconhece algum talento que possuímos, nós tentamos negar que esse reconhecimento esteja correto.

Falsa humildade? Orgulho demais? Medo? Você se irrita porque não está ouvindo o que gostaria de ouvir?

Sim, temos um pouco ou muito de cada talento e de cada defeito. Somos, todos, micro representantes de um Universo Perfeito, e se assim entendemos podemos concluir que toda essa perfeição está em nós, com partes já manifestadas e outras em período de encubação. Mas para que essa beleza possa sair do seu casulo, precisamos encarar o esforço de sua gestação e a coragem de seu parto.

E quando se fala em gestação e parto devemos incluir o amor. E quando se fala em amor podemos nos lembrar que nossa base de perfeição está lá na nossa Essência, liberando todo o tempo, parte de Sua energia inesgotável.

Vamos nos conscientizar de que essa Chama Divina guardada em nós precisa ser ativada ininterruptamente. Conhecer nossos defeitos, aceitá-los como realidade e trabalhar na sua transformação nos abre um caminho direto de crescimento e nos ajuda a entrar no prazer e na felicidade.

Não tenha medo de ter medo, mas descubra qual a dose saudável que protege você e saia do exagero que o impede de agir. Encare-se! Não se orgulhe do seu orgulho, mas não o rejeite. Descubra a medida que você precisa para se permitir atuar com seus talentos. Coragem!

Não seja inflexível, você só é dono da sua verdade, portanto nem tudo pode acontecer do seu jeito. Seja confiante e assertivo e não tema sua sombra.
Ela só existe porque você é Luz!
Por Maria Lúcia Pellizzaro Gregori

sábado, 8 de novembro de 2008

Almas Perfumadas



Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos, Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Por Ana Cláudia Saldanha Jácomo

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ser Natural


Saber se estamos agindo de modo natural, ou seja, sem artifícios, artimanhas ou quaisquer outros recursos, para ganhar a simpatia do mundo, é uma ótima maneira de começarmos a conhecer quem, de fato, somos.

Em cada situação da vida, devemos nos perguntar se aquilo que estamos realizando, nos proporciona alegria, leveza e paz. Se a resposta for afirmativa certamente estaremos sendo naturais, isto é, vivenciando nossa verdade interior mais profunda e não apenas reagindo de modo premeditado, para corresponder às expectativas alheias.

Seguir a própria natureza é um desafio e tanto, visto que a maior parte das pessoas espera de nós um comportamento padrão, que não vá contra a regra vigente.

Suponhamos, por exemplo, que você amanheça um dia sentindo uma alegria enorme, sem uma razão específica, simplesmente baseada no fato de amar a vida e sentir-se feliz por poder desfrutá-la, e resolve expressar esta felicidade sorrindo e cumprimentando todos à sua volta, mesmo aos que não conhece. Certamente você será tachado de maluco.

O fato é que alguém extasiado é visto como anormal, e a felicidade incomoda mais do que o estado de miséria. Aos infelizes todos costumam dar mais atenção, pois este ato, para alguns, traz uma certa satisfação, um orgulho em poder consolar um pobre sofredor.

Os exageradamente felizes, são invejados e, muitas vezes, vistos como alienados, já que quem se acostumou a ser miserável jamais poderá compreender que felicidade não precisa de razões externas, ela está presente o tempo todo dentro de nós.

Encontrar a fonte de onde ela surge é, em síntese, descobrir o segredo que nos tornará de novo, espontâneos e naturais.
Por Elisabeth Cavalcante

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O sonho de uma criança


Dizem que o ser humano é motivado pelos seus sonhos. Entretanto, ao decorrer da vida, nossos sonhos vão sendo podados e esquecidos muitas vezes por pessoas que já engavetaram os seus próprios com frases como: “Isso não dá dinheiro !” ou “Isso não será bom para você !”. Provavelmente, muitos de nós, senão todos, já ouvimos “conselhos” desse tipo e, às vezes, nos pegamos prestes a dizer algo parecido à alguém. Uma pergunta que fica no ar é a de como alguém pode ter tanta certeza do que é bom ou não para uma outra pessoa ?

Essa atitude, como quase todas as outras, teve sua origem em nossa infância, período o qual recebemos muitas frases negativas, algumas com o intuito de proteger nossa integridade física, e outras que acabam por destruir muitos de nossos sonhos.

Quando conversamos com as crianças, devemos pensar muito bem em tudo o que falamos. Nossas palavras tem um grande poder sobre elas. Nós temos o poder de ajudá-las a construir seus sonhos ou de destruí-los. Infelizmente, a grande maioria desmotiva-os mesmo sem ter consciência.

Da próxima vez que encontrar uma criança, pergunte-a o que ela gostaria de fazer quando crescer. Elogie-a por tal sonho e pergunte a razão pela escolha. Faça-a refletir e descobrir o seu verdadeiro motivo para tal meta. Se não for realmente o que ela quer, ela mesmo irá descobrir um novo sonho. Não cabe a nós escolher ou impor nossos próprios desejos sobre elas. Às vezes, o sonho de uma criança é motivado pelas pessoas mais próximas, outras vezes pelo que ela vê na televisão, mas o legítimo é aquele que vem de seu interior. Ensinar uma criança que devemos sempre almejar um sonho, não importando qual idade que tenhamos é algo que ela levará para a vida inteira. Caso alguma vez fique desorientada ou sem rumo, poderá buscar dentro de si o seu verdadeiro motivo para viver.

O verdadeiro sonho não é aquele que vem pelo desejo de poder ou fama de nosso ego, mas aquele que vem do nosso âmago motivado apenas pela essência de nosso amor e felicidade.
Por Saulo Fong

sábado, 4 de outubro de 2008

Atitude inovadora


Você toma uma atitude inovadora quando rompe com velhos padrões de comportamento e se dispõe a experimentar o novo, abandonando crenças e limitações para correr riscos e descobrir até onde pode ir.

Você toma uma atitude inovadora quando confia no fluxo da vida e percebe que, não importam os resultados obtidos, sempre vale a pena seguir na direção dos seus sonhos.

Você toma uma atitude inovadora quando aprende que a própria vida responde às questões que a ela são dirigidas, mas que é preciso saber olhar para ver. E descobre que todo problema tem solução e que há sempre um modo de dar a volta por cima.

Você toma uma atitude inovadora quando desafia a sua zona de conforto e amplia a sua área de ação com coragem para assumir a responsabilidade dos seus atos. E segue adiante sem se omitir diante da vida.

Você toma uma atitude inovadora quando é capaz de se olhar no espelho e descobrir que a cada dia você se torna um pouco melhor. Quando aprende que a vida é uma descoberta contínua e que essa é a maior aventura.
Por Jael Coaracy

sábado, 20 de setembro de 2008

A arte de viver


Nem sempre o progresso interior do ser humano (quando existe), é acompanhado por atitudes compatíveis com ele (progresso). Quando alguém evolui espiritual, intelectual ou psicologicamente nem sempre consegue ajustar a evolução à sua vida. É que já está de tal forma preso a formatos anteriores de personalidade com os quais aprendeu a ajustar-se e a defender-se na vida, que dificilmente abre mão de seus paradigmas.

A vida de cada um de nós, na medida em que a consciência se amplia, estabelece um conflito entre a evolução e o que resiste a ela, por já ser molde de comportamento. Em geral esse “molde” ganha a luta. Mesmo que o leve para a estagnação ou para o “brejo”. Somente um processo de análise e de educação consegue ajustar a evolução à vida. Evoluir, crescer interiormente exige mudanças que a existência pede, mas a vida nem sempre autoriza. Briga feia, esta....

Há períodos, porém, em que a evolução pode se desencadear com rapidez. Algum fato doloroso, perda, ou amadurecimento consciente e inconsciente, propiciam a revolução interna. Alcançar tal ponto pela evolução gradual e a coragem de existir como um novo ser (ou recuperar o verdadeiro ser antes guardado e escondido pelas defesas) é, mesmo, difícil. Porém muito mais complexo e doloroso é passar para a vida a evolução obtida. E fazê-la permanente.

Há pessoas que procuram, a qualquer descoberta ou novidade exteriores, logo incorporá-las à evolução interior. Mas a vida possui severas regras e leis. Se a passagem for brusca ressentir-se-á. No tropel da renovação desejada (e necessária) será jogado fora o que não era para tal. Adiante fará falta. A sofreguidão de transportar a evolução interna para a vida vivida, pode levar a erros e mudanças bruscas (e radicais) demais para perdurarem. Acontece freqüentemente.

O oposto também ocorre: evoluir, sem, contudo, transferir para a vida atitudes e modos de ser compatíveis com o que mudou e amadureceu. Aqui, o sofrimento é ingente. A vida impõe compromissos, alguns insuperáveis, injunções terríveis e graves. Como removê-las sem fortes danos? Ou sem machucar terceiros, quartos, quintos?

Possível, sim. Fácil, jamais. Doloroso, sempre, pois acompanhadas de perdas inevitáveis, irreparáveis e inerentes.

É, portanto, difícil, profundo, doloroso, o processo de compatibilizar a vida vivida com os rumos do desenvolvimento interior. Raro é adequar-se à vida à evolução. Talvez, seja até mais difícil do que evoluir.

O trabalho interior para evoluir, crescer e amadurecer é sofrido e lento! Ajustar, depois, a evolução à vida, poucos conseguem; só os fortes. Ou os sábios. E mesmo a evolução está carregada de recuos, erros e dúvidas. Viver é uma arte.
Por Arthur da Távola

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Não sei se saudade tem cor


Não sei se saudade tem cor. Dizem que sim. O que sei é que ela tem forma, tem gosto, tem cheiro e peso também. E, acreditem, ela tem "asas" !!! Se não, como nos transportaria tantas vezes a lugares tão distantes? E sei ainda que ela se agiganta quando mais tentamos diminuí-la.
Sei que ela dói de dor intensa e sem remédio.

Se não fosse ela, não sei se teríamos consciência do tamanho da importância das pessoas prá gente.

Quando amamos alguém, a saudade já chega por antecipação, sorrateira, disfarçada de algo que não conseguimos decifrar. É aquela dor fininha de não sei o quê, a angústia boba que nos invade só de imaginar a separação. E a gente fica meio sem saber o que fazer.

Mas é assim... é uma dor que gostamos de sentir, um sabor que queremos provar, é algo que não sabemos explicar, mas é paupável. É amor disfarçado de muita coisa. São emoções guardadas bem lá no fundo.

Saudade ... do que foi, do que não foi e do que pode ser. Saudade que nos acompanha prá diminuir a solidão e que nos mostra, sobretudo, que estamos vivos.

Aprendi ainda que saudade não mata. É!! Só quase.... A gente pensa que vai morrer, mas sobrevive sempre, porque ela traz escondidinha nela uma outra coisa que chamamos de "esperança", que nos ajuda a caminhar, porque saudade, como o amor, não é cega, saudade vê mais além.
Por Tetícia Thompsom

sábado, 23 de agosto de 2008

Resistência, força ou teimosia?


Por que temos que ser fortes? Por que aprendemos que não podemos chorar? Por que temos que resistir bravamente às coisas que nos acontecem? Por que guardar nossos sentimentos? E por que nos sentimos envergonhados em reconhecer nossos erros, ou até mesmo ao pedir desculpas?

Concordo que precisamos ser fortes. Ter opinião formada a respeito do nosso caminho de vida e de nossos valores, mas nem sempre devemos opor resistência às coisas que nos acontecem e às atitudes das pessoas. Simplesmente porque não podemos resistir às coisas que não dependem de nossa vontade. Muitas vezes situações acontecem sem que tenhamos o menor controle. Outras vezes ainda são as pessoas que tomam atitudes que são contra a nossa vontade, mas que se opusermos resistência fica ainda pior. Mas, por orgulho, ou porque achamos que temos razão e o outro não, resistimos, queremos ter a última palavra e fazer valer a nossa opinião...

Aprendi que muitas situações se resolvem por si mesmas. Aprendi também que por mais que tentemos educar, corrigir, coibir ações dos outros, não mudamos as pessoas. Cada um tem um tempo, um aprendizado e um caminho na vida. Às vezes esses caminhos e essas pessoas cruzam conosco e enquanto precisamos por alguma Lei Maior permanecer juntos, assim ficamos; mas em outros casos é necessário um afastamento para o crescimento de ambos. E aí adianta resistir?

Tentar reatar um relacionamento? Perdoar novamente erros que se repetem num caminho sem fim tentando sempre mudar o outro? Ou será que uma atitude assim não seria apenas teimosia de nossa parte?

Os Mestres ensinam que precisamos aprender a perder para ganhar. A lei da não-resistência, maravilhosamente empreendida por Mahatma Gandhi, exaltava essa incrível capacidade humana de não resistir ao mal. Porque a resistência gera um novo mal, um desejo de vingança, um impulso de corrigir o outro que nunca acaba. Nosso ego quer sempre ter a última palavra e quase sempre odiamos ser repreendidos mesmo quando sabemos que não temos razão. Dificilmente, alguém aceita uma crítica, mesmo no trabalho. Em muitos momentos somos tão infantis que levamos tudo para o lado pessoal e transformamos num drama situações que poderiam ser facilmente superadas.

Mahatma Gandhi sabia que se resistisse seria uma luta sem fim que acarretaria a morte de milhares de inocentes. E assim ele venceu o império inglês e libertou a Índia. Exemplos como o dele não devem ser esquecidos porque podemos fazer o mesmo em nossa vida. Podemos tentar aceitar que o mundo das pessoas à nossa volta pode ser diferente do nosso, mesmo sendo criados numa mesma família ou compartilhando o mesmo teto num casamento. Cada um continua tendo a sua individualidade e quando o espírito ainda se encontra pouco desperto o ego grita e afasta as pessoas.

Assim, amigo leitor, sugiro que para ter uma vida mais feliz pense na aceitação, no poder da não-resistência. Pense que esse é um grande aprendizado que deve ser colocado em prática por todos aqueles que têm uma compreensão espiritual mais profunda e que entendem que precisamos vencer as aparências e deixar a vida fluir.
Boa sorte para todos nós.
Por Maria Silvia Orlovas

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Arrisque...

Quantas vezes você já deu uma resposta automática a um convite levando em conta experiências anteriores das quais se lembrava?
E quantas vezes deixou de fazer coisas só porque já classificou aquilo entre as coisas que não são boas... e que você não gosta?

Já notaram como escolhemos as coisas pelas experiências que passamos e nos esquecemos de um pequeno detalhe que faz toda a diferença. Nada se repete exatamente da mesma maneira nem uma única vez... Mudamos nós... mudam as pessoas... mudam as energias de cada dia... e muda a combinação de todos esses fatores...

O tempo flui ininterruptamente trazendo a cada dia energias únicas, e que combinadas com nossos momentos podem fazer com que a mesma experiência que foi ruim em um dia seja boa no outro e vice-versa.

Por que será que insistimos tanto em repetir o “bom” e em repelir o “ruim” e nunca... ou quase nunca nos lembramos que o que foi bom ou ruim foi a combinação do nosso estado de ser com aquele determinado dia, com determinada configuração de fatos e de pessoas que fizeram aquelas experiências inesquecíveis ou... dignas de serem completamente apagadas... Tentar repetir situações e evitar outras nos faz perder a maior parte do presente da vida.

Com a nossa mania de querer garantias quase nunca nos permitimos experimentar o novo que vem em cada dia... e muito menos dar uma chance a nossa intuição... ao caminho do coração.

Em vez disso... a qualquer convite do dia já respondemos automaticamente levando em conta nosso infindável arquivo de experiências passadas que, consciente ou inconscientemente, continuam filtrando as nossas escolhas.

Às vezes fico pensando que a cada dia deveríamos arriscar dar um salto no desconhecido...

Abandonar tudo que sabemos que gostamos ou não... e experimentarmos coisas como se as tivéssemos conhecendo pela primeira vez... sem o crivo da razão e, tendo como guia o coração... seguir caminhos que sejam indicados, mesmo que isso represente fazer coisas que nunca imaginamos poderíamos fazer.

Na realidade, sempre vivemos tudo pela primeira vez se levarmos em conta toda a combinação de energias únicas de cada momento... mas a nossa disposição de acreditar que aquilo é uma repetição... que foi boa ou ruim... nos faz perder essa oportunidade mágica... dia após dia... ano após ano... E assim a vida corre plena de possibilidades que passam por nossos olhos... filtradas por óculos de velhas experiências e crenças que não nos deixam enxergar o fluir do novo...

Uma gama enorme de possibilidades está ao nosso alcance e nos nem percebemos...

Já pensou entrar em um novo dia... e, quando chegar a hora de escolher o que vai fazer, você se esquecesse do que gosta e do que não gosta e se deixasse guiar pela intuição... Experimentar olhar com olhos diferentes para tudo, se abrindo para os sinais do Universo...

Trocar o caminho já tão percorrido... que nossas memórias guardam, por caminhos abertos por uma pessoa nova... que tem coragem de seguir o coração e ir com Ele até o fim...

O Universo se comunica com a gente o tempo todo... nós é que às vezes damos pouco espaço para ouvir o que Ele está nos falando... porque já temos todas as respostas prontas no subconsciente.

Quem nunca se surpreendeu ao ir a um lugar que não queria, porque sabia que não gostava e, meio forçado teve que ir e acabou gostando muito?

Eu já... assim como também já repeti muitas coisas só porque gostei muito...e não consegui mais encontrar aquele sabor que me fez colocar aquelas coisas entre as que gosto.

Será que conseguiríamos viver sem essas intermináveis listas do que gostamos ou não e teríamos coragem de dar uma chance para estar desprevenidos diante de um novo dia... Desprevenidos mesmo... como se tivéssemos uma amnésia passageira e pudéssemos usar, como bússola para nos guiar, somente a nossa intuição.

Talvez o novo que tanto esperamos já esteja aí e nós não o experimentamos porque estamos presos ainda a toda essa carga que nos faz escolher as coisas pelo passado...

A chave está em nossas mãos... o novo está diante de nós... por que não arriscar?
Por Rubia A. Dantés

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Autenticidade


No mundo massificado em que vivemos, tudo conspira para que nos movamos de acordo com as normas e padrões impostos pelo exterior, pois, desse modo, as chances de não sermos marginalizados e rejeitados serão maiores.

O oposto disso é cultivar a autenticidade, manter-se fiel ao seu próprio ser, guiar-se pelo que sua consciência e seu coração lhe sopram suavemente a cada momento. Pagamos um preço muitas vezes alto, quando optamos por esse padrão de atitude. Nem sempre seremos aceitos e compreendidos.

Entretanto, nada pode nos dar mais prazer e alegria interior. Quando nos mantemos fiéis à nossa própria natureza, passamos a atrair, naturalmente, pessoas e situações em sintonia com essa nova forma de agir e descobrimos o prazer de conviver sem ter de estar, o tempo todo, preocupados em agradar os outros para nos sentirmos socialmente inseridos.

Muitas pessoas confundem autenticidade com o direito de fazer tudo o que desejam, ou dizer tudo o que pensam sem se preocupar se estão prejudicando ou magoando outras pessoas. Ser autêntico é seguir o próprio coração, mas jamais perder de vista o respeito pelos sentimentos alheios.

Libertar-se das máscaras que fomos condicionados a vestir na convivência social e até mesmo nos relacionamentos íntimos, é o primeiro passo para que aprendamos a viver uma vida autêntica, sendo fiéis aos nossos sentimentos e à nossa verdade interior.

O critério é sempre examinar nosso coeficiente de felicidade. Quanto mais distantes estivermos do que nosso coração deseja, menor ele será.
Por Elisabeth Cavalcante

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Gosto



Gosto de gente com a cabeça no lugar, de conteúdo interno, idealismo nos olhos e dois pés no chão da realidade.

Gosto de gente que ri, chora, se emociona com um simples e-mail, um telefonema, uma canção suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um afago.

Gente que ama e curte saudade, gosta de amigos, cultiva flores, ama os animais.

Admira paisagens, poeira e chuva.

Gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir ternuras, compartilhar vivências e dar espaço para as emoções dentro de si, emoções que fluem naturalmente de dentro de seu ser!

Gente que gosta de fazer as coisas que gosta, sem fugir de compromissos difíceis e inadiáveis, por mais desgastantes que sejam.

Gente que colhe, orienta, se entende, aconselha, busca a verdade e quer sempre aprender, mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de um analfabeto.

Gente de coração desarmado, sem ódio e preconceitos baratos. Com muito AMOR dentro de si.

Gente que erra e reconhece, cai e se levanta, apanha e assimila os golpes, tirando lições dos erros e fazendo redentoras suas lágrimas e sofrimentos.

Gosto muito de gente assim como VOCÊ e desconfio que é deste tipo de gente que DEUS também gosta!
Por Arthur da Távola

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Não Espere


Viva cada instante, porque o agora é único em nossa vida. Se errou, não sofra eternamente, volte, refaça e trilhe novos caminhos. Saiba fazer da dor um aprendizado e não um eterno fantasma. Busque novos sonhos, sem se importar com as pedras que encontrará em sua frente.

Não chore pelas quedas, tudo sempre passa, então não desista jamais de continuar. Quando um amor terminar, não acredite ser o fim de tudo, será apenas o recomeço e outros amores virão, porque a vida se renova a cada instante.

Não diga que é incapaz, acredite em sua força, mesmo sem asas, você pode voar para novos horizontes. Preencha seus minutos com cores vibrantes, assim a alegria vai se sentir a vontade para se aproximar. Se os problemas surgirem, não faça deles carrascos e sim fatos que lhe ajudarão a progredir.

Diante de uma desilusão não creia que a vida perdeu o seu encanto, recomece e recomece sempre que for necessário. Se espera por sorrisos, não esqueça de também sorrir, porque é amando que também somos amados. Quando as estrelas não surgirem, use a sua própria luz e com ela ilumine o seu caminho.

Se por ventura o medo tentar lhe paralisar, busque energia no poder da fé e verá como tudo irá se transformar. Construa novos planos, batalhe, persevere e jamais perca sua coragem de ir adiante.

Se almeja algo, vá adiante e acredite que será guiado pela espiritualidade. Controle seus pensamentos, seja otimista, mesmo quando o sofrimento aparecer, porque com confiança todas as dores são amenizadas.

Quando o corpo adoecer, não perca a esperança, porque mesmo quando o físico padece, nosso Espírito se renova e evolui rumo ao Pai. Provas e expiações chegarão até nós, mas independente da dificuldade, ao invés de desespero, nos aliemos à confiança e seremos envoltos na luz do bem.

Mesmo quando a felicidade almejada não for encontrada, não abandone a caminhada, continue, passo a passo e lá adiante o sol voltará a surgir em seu caminho. Ouse sempre, use seu potencial, tenha fé e vá adiante.

Não espere por um novo dia, inicie agora a mudança que almeja. E verá como a renovação se fará presente....
Por Sônia Carvalho

domingo, 13 de julho de 2008

E se a Vida fosse uma estrada?


Cada um de nós caminha pela vida como se fosse um viajante que percorre uma estrada.

Há os que passam pouco tempo caminhando e os que ficam por longos anos.

Há os que vêem margens floridas e os que somente enxergam paisagens desertas.

Há os que pisam em macia grama e os que ferem os pés em pedras pontudas e espinhos.

Há os que viajam em companhias amigas, assinaladas por risos e alegria. E há os que caminham com gente indiferente, egoísta e má.

Há os que caminham sozinhos – inclusive crianças - e os que vão em grandes grupos.

Há os que viajam com pai e mãe. E os que estão apenas com os irmãos.

Há quem tenha por companhia marido ou esposa. Muitos levam filhos. Outros carregam sobrinhos, primos, tios. Alguns andam apenas com os amigos.

Há quem caminhe com os olhos cheios de lágrimas e há os que se vão sorridentes. Mas, mesmo os que riem, mais adiante poderão chorar. Nessa estrada, nunca se conheceu alguém que a percorresse inteira sem derramar uma lágrima. Pela estrada dessa nossa vida, muitos caminham com seus próprios pés. Outros são carregados por empregados ou parentes. Alguns vão em carros de luxo, outros em veículos bem simples. E há os que viajam de bicicleta ou a pé.

Há gente branca, negra, amarela. Mas se olharmos a estrada bem do alto, veremos que não dá para distinguir ninguém: todos são iguais.

Há gente magra e gente gorda. Os magros podem ser assim por elegância e dieta ou porque não têm o que comer. Alguns trazem bolsas cheias de comida. Outros levam pedacinhos de pão amanhecido. Muitos gostam de repartir o que têm. Outros dão apenas o que lhes sobra. Mas muita gente da estrada nem olha para os viajantes famintos.

Há pessoas que percorrem a estrada sempre vestidas de seda e cobertas de jóias. Outros vestem farrapos e seguem descalços.

Há crianças, velhos, jovens e casais, mas quase todos olham para lugares diferentes.

Uns olham para o próprio umbigo, outros contemplam as estrelas, alguns gostam de espiar os vizinhos para fofocar depois.

Uma boa parte conta o dinheiro que leva e há os que sonham que um dia todos da estrada serão como irmãos.

Entre os sonhadores há os que se dedicam a dar água e pão, abrigo e remédio aos viajantes que precisam.

Há pessoas cultas na estrada e há gente muito tola. Alguns sabem dizer coisas difíceis e outros nem sabem falar direito.

Em geral, os sabichões não gostam muito da companhia dos analfabetos.

O que é certo mesmo é que quase ninguém na estrada está satisfeito. A maioria dos viajantes acha que o vizinho é mais bonito ou viaja de forma bem mais confortável.

É que na longa estrada da vida, esquecemos que a estrada terá fim.

E, quando ela acabar, o que teremos?

Carregaremos, sim, a experiência aprendida durante o tempo de estrada e estaremos muito mais sábios, porque todas as outras pessoas que vimos no caminho nos ensinaram algo.

A estrada de nossa existência pode ser bela, simples, rica, tortuosa. Seja como for, ela é o melhor caminho para o nosso aprendizado.

Deus nos ofereceu essa estrada porque nela se encontram as pessoas e situações mais adequadas para nós.

Assim, siga pela estrada ensolarada. Procure ver mais flores. Valorize os companheiros de jornada, reparta as provisões com quem tem fome.

E, sobretudo, não deixe de caminhar feliz, com o coração em festa, agradecido a Deus por ter lhe dado a chance de percorrer esse caminho de sabedoria.

sábado, 5 de julho de 2008

Felicidade


Todo aquele que inicia sua jornada no autoconhecimento, deve estar preparado para os desafios que encontrará pela frente. O principal deles é quando suas escolhas, decisões e opiniões, passam a se confrontar com as do restante do mundo. De modo geral, surgem conflitos com as pessoas mais próximas, como a família e os amigos, que não conseguem compreender suas atitudes, agora ditadas por seu guia interior.

Nesses momentos, podem surgir dúvidas quanto a essas escolhas, e o temor da rejeição por parte daqueles que se contraria. De fato, muitos poderão afastar-se de nós, e de outros nos afastaremos voluntariamente, já que não encontraremos nessa convivência a mesma sintonia de antes, quando éramos direcionados por nosso ego frágil e carente de aprovação.

O medo da desaprovação, aliás, é um dos motivos que leva muitas pessoas a agir de acordo com as expectativas que os outros nutrem a seu respeito, e não em sintonia com seu coração. Desse modo, garantem atenção e sentem-se pertencentes a um grupo, ainda que este não seja capaz de ajudar a preencher o seu vazio ou a reduzir a sua miséria interior.

É necessário coragem para romper com tais padrões de comportamento e, quando a dúvida surgir, basta lembrar-se que a felicidade deve ser sempre o critério a guiar nossas escolhas. Se estivermos infelizes, precisamos tomar decisões que nos libertem desta infelicidade, ainda que estas decisões contrariem o restante do mundo. Nem sempre podemos, a um só tempo, satisfazer nossos anseios e as expectativas que os outros alimentam sobre nós. Aliás, na maioria das vezes, esta conciliação não é possível.

Portanto, por mais que nos acusem de egoístas ou individualistas, o importante é termos em mente que o amor por si mesmo e a busca da paz interior deve ser sempre a nossa principal diretriz.

Se em algum momento tivermos de escolher entre nossa própria felicidade e a de outrem, devemos fazê-lo com total consciência. Aqueles que escolhem sempre o bem estar alheio, em detrimento de si mesmos, pagam um alto preço e mais cedo ou mais tarde, acabam cobrando dos outros por uma escolha que foi unicamente sua.

Perceber, a cada momento da vida, se estamos verdadeiramente felizes, exige uma consciência sempre alerta sobre nossos reais sentimentos. Este é o caminho mais seguro para que não tenhamos dúvidas quanto às nossas escolhas.
Por Elisabeth Cavalcante

sábado, 28 de junho de 2008

Aposte na Vida


Eu aposto na vida, mesmo diante das dificuldades. Aposto no sorriso, na esperança de um novo dia, porque descobri o prazer de viver cada emoção, cada situação, sem me importar com o desafio; rasgando as entranhas diante da dor, vibrando a cada nova conquista...

Criei um pequeno jardim, no meu pequeno apartamento; plantei uma árvore na praça em frente; escrevo pequenas poesias que não mostro pra ninguém, mas descobri a emoção de lê-las sozinho e até chorar. Eu aposto no valor da emoção, dos sentimentos, de pessoas que se buscam, se entrosam e se amam.

Eu aposto nas possibilidades, na amizade sincera, na beleza infinita da natureza, no brilho da lua, na justiça dos raios solares que não privilegia ninguém, na brisa que me levanta o ânimo, me dá certezas...

Eu aposto na vida, mesmo diante do maior problema, porque descobri que cada novo dia é uma folha em branco, onde posso escrever memórias, relembrar fatos e criar o futuro, futuro que rabisco com tintas coloridas, e que chamo carinhosamente de esperança...
Por Paulo Gaefke

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Afinidade


A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. É o mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo para o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial. Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo. Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado. Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.

Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando é falar, jamais explicar: apenas afirmar. Afinidade é jamais sentir por. Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo. Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. Compreende sem ocupar o lugar do outro.

Aceita para poder questionar. Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar. Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidade vividas.

Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar. E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado.
Por Arthur da Távola

sábado, 14 de junho de 2008

Sinais de Maturidade


A gente não sabe ao certo quando ela chega nem como ela se instala - talvez porque seja de forma lenta e quase imperceptível - mas de repente a gente se dá conta da prazerosa sensação da maturidade.

A pessoa madura sente-se mais livre para expressar pensamentos e sentimentos, dizer a sua verdade calma e mansamente. Muitas vezes opta por não dizer nada ainda que esperem que ela diga, e isto não lhe causa nenhuma culpa ou constrangimento.

A pessoa madura sente-se contente consigo mesma, valoriza o longo trajeto já percorrido e verifica que tanto as vitórias quanto as derrotas foram necessárias para o seu crescimento e plenitude.

Não se desespera quando a vida parece dar uma longa pausa e aguarda com serenidade e otimismo as novas circunstâncias ainda não configuradas no cenário de sua existência.

A pessoa madura decididamente não faz tipo e se liberta de vez da idéia: mas o que vão pensar de mim??
Aprende a distinguir valores essenciais dos valores supérfluos e descartáveis. Sabe que esta passagem pela terra é rápida demais para ser desperdiçada com mazelas.

Os sonhos, projetos e ideais de uma pessoa madura são quase sempre exequíveis. Contenta-se com o que tem, ajusta-se dentro do próprio orçamento, não gasta mais do que ganha e faz algumas renúncias (de forma serena) em prol de seu núcleo familiar ou de alguma causa que resulte no bem comum.

A pessoa madura se despoja dos melindres, se despe dos preconceitos, deixa de ser reativa para ser pró-ativa. Aprende a gostar da própria companhia, torna-se a melhor amiga de si mesma dando ao próprio "eu" os contornos do equilíbrio.

Conhece seus pontos fortes e fracos, sabe que não tem todas as respostas nem é dona da verdade, mas mantêm um código secreto de verdades e valores próprios que lhe permitem nortear-se, de forma positiva, pelas diversas circunstâncias da vida.

A pessoa madura não aparenta ser. Ela é!
Ela é alguém que fez um "clean-up", passou o "desfragmentador" no seu "disco rígido" e deu "del" em centenas de arquivos inúteis que atravancavam e emperravam o livre fluxo da própria existência. Ela é alguém que está em paz consigo mesma.
Por Fátima Irene Pinto

domingo, 8 de junho de 2008

Incapacidade ou Acomodação?


As facilidades da vida nos limitam. Todas as nossas perfeições nos deixam assim preguiçosos e acomodados. Não desenvolvemos, por que não vemos a necessidade de ir além. É como ter acesso a algo e nunca buscá-lo, exatamente por que está ali, disponível.

Nos extasiamos diante daqueles que encontram dificuldades e as vencem. Ficamos boquiabertos diante de vídeos de deficientes que fazem muito mais que nós e nesses instantes nos sentimos culpados. Mas isso passa logo. Poderíamos, nesse caso, nos perguntar quem é o verdadeiro deficiente.

Nos esquecemos que a vida é cheia de alternativas e nos bloqueamos diante do primeiro muro. Precisaremos primeiro estar cegos para que possamos desenvolver nossos outros sentidos? Será necessário perder o uso das pernas para se fazer uso das mãos e da mente?

Deus nos vê e Seu coração deve ficar apertado. Então Ele permite as dificuldades, não para nos maltratar, mas para que possa sair de nós o que melhor temos, como a pérola fechada na concha e infinitamente mais linda que sua roupa.

A vida nos mói, amassa, derruba muitas vezes para que possamos encontrar as saídas, para que possamos aprender a enxergar com os olhos da fé, para que possamos desenvolver outros sentidos e enriquecer nossas vidas. Para que possamos ser exemplo para os que vêm atrás de nós, assim como são para nós aqueles que seguem adiante e nem sequer compreendemos como é que conseguem as forças.

Não é a cegueira ou os defeitos físicos que nos tornam incapazes e debilitados, mas a cegueira e defeitos da acomodação, do desânimo, da falta de perseverança.

As alternativas não faltam na vida. O que falta, muitas vezes, é a motivação. E se esta não vem por si só, será necessário sim uma queda, uma perda, uma dor para que possamos florecer e mostrar ao mundo do quanto somos capazes.
Por Letícia Thompson

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O Medo do Novo


Por que será que tudo o que é novo, não habitual, diferente daquilo com o que estamos acostumados, nos causa tanto medo?Sempre que somos levados a enfrentar uma mudança em nosso padrão de vida, nos vemos tomados por um temor de que algo de ruim venha suceder.

Provavelmente isto acontece porque fomos sempre ensinados a procurar por segurança, por situações em que nos sintamos confortáveis e acomodados.

Embora a existência seja feita de mudanças - e para constatarmos isto basta observar o fluxo ininterrupto de mutações que a natureza nos revela cotidianamente -, nós, seres humanos, insistimos em construir uma vida estável, onde nada nos surpreenda, ou nos faça sentir a ansiedade diante do desconhecido.

É natural e compreensível que uma situação ainda não experimentada nos mobilize internamente, mas isto não deveria ser necessariamente ruim e sim uma oportunidade de testarmos nossa capacidade de responder a ela de forma criativa e original.

O problema é que desejamos ter respostas prontas para todas as ocasiões e acreditamos ser possível possuir uma receita que nos dê a garantia de que nos sairemos bem em qualquer circunstância.Este é um condicionamento comum à maior parte da humanidade, por isto, uma lição essencial que os mestres costumam transmitir aos seus discípulos é que eles devem aprender a lidar com a vida com a inocência e o deslumbramento de uma criança.

Cada novo desafio deve ser enfrentado com a disposição interior de que se encontrará o caminho mais acertado. Isto exige uma mudança em nosso padrão usual de reação, que deve passar do medo e da negatividade, para o otimismo e a confiança.

Seguir o próprio coração é essencial, pois ele é sempre o melhor conselheiro quando as crenças negativas insistem em nos paralisar. Acreditar em nossa capacidade de vencer as dificuldades e obstáculos é o único meio de avançarmos em direção ao novo sem qualquer receio.
Por Elisabeth Cavalcante

domingo, 1 de junho de 2008

A Vida

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la...

Sonhe com aquilo que você quiser.
Vá para onde você queira ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.Para aqueles que se machucam.Para aqueles que buscam e tentam sempre.E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar,duram uma eternidade.A vida não é de se brincar porque em pleno dia se morre.
Clarice Lispector

sábado, 31 de maio de 2008

Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e Ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa.
(Mário Quintana, escritor gaúcho)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Saber Esperar


Um dos mais significativos desafios que a vida nos apresenta é aprender a esperar. Sempre me pergunto por que a maioria de nós não é orientada, ao longo de sua formação, sobre o valor da espera paciente.

Acredito que a razão esteja principalmente no fato de que a maior parte da humanidade vive totalmente inconsciente dos ciclos naturais da vida. Quanto mais próximo da natureza viver, mais sabedoria o homem tem a chance de adquirir, pois ele passa, então, a mover-se num ritmo totalmente diferente, muito mais lento do que aquele que a vida nas metrópoles impõe.

Pessoas sem qualquer refinamento intelectual aprendem através de um método bastante simples, o da observação, que tudo na natureza tem um ritmo próprio. Só o ser humano destoa desta harmonia, pois insiste em querer apressar os acontecimentos de acordo com os seus desejos, sempre determinados pelo ego.

A sabedoria oriental, expressa numa de suas mais valiosas obras, o I Ching, nos ensina a importância de nos sentirmos parte integrante da natureza, e de agirmos sempre em sintonia com o seu ritmo, plantando as sementes do que queremos e esperando pelo momento propicio para vê-las germinar.

Quanto mais rapidamente aprendermos esta lição, mais facilmente atingiremos um estado de equilíbrio e serenidade, e nos libertaremos do desejo de querer controlar os acontecimentos, a maior das ilusões que podemos alimentar.

“Nós nos esquecemos de como esperar; este é um espaço quase abandonado. No entanto, ser capaz de esperar pelo momento certo é nosso maior tesouro. A existência inteira espera pelo momento certo. Até as árvores sabem disso - qual é o momento de florescer, e o de deixar que as folhas caiam, e de se erguerem nuas ao céu. Também nessa nudez elas são belas, esperando pela nova folhagem com grande confiança de que as folhas velhas tenham caído, e de que as folhas novas logo estarão chegando. E as folhas novas começarão a crescer.

Nós nos esquecemos de como é esperar: queremos tudo com pressa. Trata-se de uma grande perda para a humanidade... Em silêncio e à espera, alguma coisa dentro de você vai crescendo - o seu autêntico ser. Um dia ele salta e se transforma numa labareda, e a sua personalidade inteira é estilhaçada: você é um novo homem. E esse novo homem conhece os sumos eternos da vida".
Por Elisabeth Cavalcante

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Fé e Cura


Será que existe de fato uma fisiologia do otimismo, da paz, do amor e da alegria?Das milhares de pessoas que se recuperaram de doenças “incuráveis”, mais de 90% delas fala de uma mudança existencial, de uma mudança significativa em suas vidas antes da cura. Dizem ainda que, pela primeira vez, sentem-se realmente vivas. Não vêem sua doença como um castigo, mas como um novo começo. O estudo da vida dessas pessoas que chegaram à cura auto-induzida é um passo importante da tentativa, primeiro de verificar, e depois de identificar as conexões entre mente e corpo.

Nós, terapeutas, temos uma percepção muito maior dessas conexões do que os médicos. Os clínicos raramente conseguem ver as conexões pois, ao contrário do velho médico da família, não conhecem a vida de seus pacientes e não acham esse conhecimento relevante. Precisamos conhecer aqueles de quem cuidamos, como faziam os médicos das gerações anteriores. Devemos conhecer a pessoa, assim como a doença, e ter um interesse especial pelos que se curaram apesar de tudo. Não é apenas gente de sorte. Esforçaram-se para recuperar a saúde e temos muito a aprender com elas.

Quando há muita fé no valor de uma terapia, o poder da sugestão pode atuar, causando uma mudança fundamental no ambiente interno do corpo. Os sentimentos são químicos, e tanto podem matar como curar. Quanto mais descobrimos histórias sobre a unidade mente/corpo, tanto mais difícil se torna considerá-las em separado. O que está em sua mente está, literal ou “anatomicamente”, em seu corpo.

A ligação é feita pelas moléculas de peptídios, fabricadas pelo cérebro, e pelo sistema imunológico. Existem aproximadamente 60 tipos de moléculas de peptídios no corpo, inclusive algumas cujos nomes podem ser familiares para você, como endorfinas, interleucinas e interferon. Elas transformam os sentimentos em química e fazem a ligação entre psique e soma.

Atualmente, considera-se que as endorfinas, por exemplo, podem explicar o efeito placebo. Parece que a redução ou desaparecimento da dor relatados em tantos estudos podem ser explicados fisiologicamente pelo fato de as expectativas psicológicas positivas criadas pela administração do placebo levarem a um aumento da produção de endorfinas, que são analgésicas. Assim, o controle da dor está de fato “na mente”, porque é aqui que as endorfinas se encontram.

Paz de Espírito: comunicando-se com o Sistema de Cura...
Não devemos falar de um sistema nervoso central, de um sistema endócrino e de um sistema imunológico, e sim de um sistema de cura que constitui uma espécie de superinteligência em nós. Assim como este sistema de cura pode ser ativado por crenças positivas, as crenças autodestrutivas ou os padrões emocionais repressivos podem fazer o contrário.

Existem muitas formas de obter paz de espírito. Entre elas estão a sugestão hipnótica, técnicas de relaxamento, terapia floral, visualização, ioga e outros métodos de alteração da consciência. A eficácia desses métodos pode ser medida experimentalmente — as pessoas melhoram de fato quando os utilizam. Com os sofisticados instrumentos recém-criados na biologia molecular, alguns efeitos já podem ser medidos até em nível celular.

Embora o mecanismo exato da resposta de cura ainda esteja por ser elucidado, todas essas técnicas funcionam no sentido de criar a comunicação de uma unidade corpo/mente. Assim, o que normalmente consideramos funções corporais autômatas estão sob o controle de nossa mente.

Você pode usar técnicas de relaxamento para reduzir a pressão sanguínea, por exemplo, para diminuir o ritmo da respiração e das batidas cardíacas e amenizar a tensão muscular. Muitos estudos mostram que o relaxamento e técnicas afins podem ser úteis no combate aos efeitos negativos do estresse prolongado sobre os componentes do sistema imunológico. Um sistema imunológico desregulado pode afetar tudo, desde sua suscetibilidade a resfriados até sua capacidade de eliminar células cancerosas ou vírus da Aids, e também pode ser um fator da asma, das alergias, do diabetes, da esclerose múltipla, da artrite reumatóide, do lúpus e de outros distúrbios imunológicos onde o corpo ataca a si mesmo.

O relaxamento é tão naturalmente reconhecido como método eficaz que agora alguns hospitais já transmitem programas de relaxamento por meio do circuito fechado de televisão para o quarto dos pacientes. A lista de doenças alteradas positivamente pelo relaxamento encheria uma página inteira.

A psicoterapia, a cromoterapia e tantas outras técnicas que fazem emergir material emocional reprimido para a consciência também podem curar, tanto no plano psicológico quanto físico, ajudando-nos a adquirir paz de espírito. O que reitero muitas e muitas vezes é que, embora não haja dúvida de que o meio ambiente e os genes representam um papel significativo em nossa vulnerabilidade ao câncer e a outras doenças, o ambiente emocional que criamos em nosso corpo pode ativar mecanismos de destruição ou de recuperação.
Maribel Flores

domingo, 13 de abril de 2008

Com o que Sintonizamos?

Muitas vezes me pego refletindo sobre a diversidade das vidas, dos níveis de consciência, dos mundos, que convivem no mesmo tempo, no mesmo espaço, em torno de nós e dentro de nós... Uma bela sinfonia de sons, ritmos, silêncios, sendo tocada por mãos invisíveis, onde cada um de nós é apenas uma nota, afinada ou não, mas imprescindível para a beleza do todo!
Neste mesmo minuto que escrevo, quantos estão sorrindo, quantos estão chorando, quantos estão iniciando uma nova jornada no plano material, quantos estão se despedindo dele, quantos sonham com um mundo melhor, quantos chegam à conclusão de que não há saída para a humanidade? Um turbilhão de sentimentos, pensamentos, atitudes, se encontrando, se repelindo, se atraindo... assim é o viver!
Importa saber com que onda sintonizamos a cada passo, a cada instante, pois a depender da qualidade de energia que emitimos, sempre atraímos alguma força semelhante, que se junta à nossa e cresce... se expande... busca novas semelhanças e vai seguindo, criando estórias, acontecimentos, felizes ou não.
Esta consciência importa ter, porque passamos assim a nos responsabilizar mais, não só pelo que nos acontece, mas também pelo que vem a acontecer com o Todo, ou seja, com a raça humana de que fazemos parte.
Toda palavra produz um eco... que, como um seixo quando jogado na superfície de um lago, vai sempre ampliando seu limite de atuação. Cada sentimento nosso busca fazer parte de uma onda de emoções que está sempre disponível em torno de todos nós, no plano sutil. Esta atmosfera passa a nos envolver, a partir daquele instante e cabe a cada um de nós estar atento a isto, para continuar aí, ou buscar sintonizar uma outra freqüência.
E em nós, em nosso mundo interior, tão complexo, tão desconhecido ainda, será que essa mesma sinfonia não está sempre sendo composta? Com certeza, pois temos em nós facetas variadas, luzes, sombras, dualidades nem sempre compreendidas, que vão se exteriorizando e sendo reconhecidas, à medida que nos permitimos expressão. Daí a importância de buscarmos uma forma de comunicação com o nosso inconsciente - através da escrita, de uma forma artística qualquer de expressão, de criação, que canalize essas nossas energias internas e nos permita tomar consciência delas, reconhecê-las!
Temos também uma música interior! Modificamos ela, a todo instante, mesmo quando não sabemos disso. Fazemos também parte da música universal, mas escolhemos o ritmo em que preferimos nos inserir, a depender do que tocamos, do que escolhemos produzir, como instrumentos da Energia Divina que todos somos.
Esta imagem toda que me veio é tão bonita, alegre e vibrante! Um baile infinito, sons, muitos sons, alguns que nos agradam, outros não, mas que se modificam a cada segundo. O importante é que podemos escolher de que música participar e que podemos afinar o instrumento que somos para soar cada vez melhor, no nível em que nos encontremos.
Às vezes suave e doce, às vezes barulhenta e até ensurdecedora, a música Vida é uma só e fazemos parte dEla! Está aí a nossa pequenez e toda a nossa grandeza - somos notas de uma sinfonia infinita!
Por Maria Critina

Nas Mudanças, O Encontro

Nos momentos de grandes mudanças em nossas vidas, sentimos uma grande confusão de sentimentos e um mal-estar que nos faz pensar em fugir daquela situação, ocupando o nosso tempo o mais possível, com telefonemas, encontros, passeios, tudo o que for necessário e que nos leve a um amortecimento da sensação de insegurança que o momento nos traz!
.
Perdemos alguma coisa e não sabemos ao certo o que nos acontecerá, para onde a vida está nos levando, o que devemos tentar conseguir, que caminho tomar. É claro que não é um momento nada confortável, pois sempre vem acompanhado de muito medo, este vilão terrível que nos consome a energia vital e nos afasta da Luz, colocando-nos numa situação extremamente desconfortável e quase que impotente, podendo nos adoecer, até.
.
Se fugimos para fora de nós mesmos, achando que este é o caminho menos doloroso, deixamos de fazer contato com o que existe de mais precioso em nós, o nosso Espírito, nosso Eu Superior, Aquele que tem as respostas, que traz o remédio, que nos aviva a esperança e que nos mostra o caminho a seguir. É tão bom quando a gente O sente, esta presença amiga e forte, acolhedora, que não nos cobra nada, não espera nada de nós, não marca consulta, mas está sempre disponível, quando procurada.
.
Tenho sentido a necessidade de promover este encontro mais e mais... a força e a segurança que passo a sentir, depois que me conecto com este meu centro de Luz são muito grandes! Um conforto imenso, uma serenidade que me apazigua e me preenche e tudo isto, em minha vida, tem se intensificado, principalmente, em fases de mudanças significativas, de perdas sofridas.
.
Acho que todos nós conhecemos bem momentos como esses. Sabemos, também, que mal-estar enorme é este que sentimos, em seguida a eles. Que impulso grande nos faz procurar falar, contar nossos problemas, sair para preencher o tempo, ver televisão, ouvir rádio - enfim... fazer qualquer movimento que nos tire daquela sensação angustiante de insegurança e da falta de algo que já não é mais nosso, de uma vida que já mudou, de alguma coisa que já se foi... que talvez não fosse nem tão boa assim... mas que era conhecida, dava-nos uma sensação confortante de estar vivendo o conhecido. Agora, sem que quiséssemos, estamos nos vendo diante de um futuro incerto, tendo que andar sem saber direito para onde, o que vamos encontrar, se vamos estar bem logo adiante.
.
Lá, no nosso íntimo, nos espera o Grande Amigo! Dêem a Ele o nome que quiserem, para mim Ele é a Luz que existe em cada um de nós, o Amor e a Vida. Pedindo ajuda para dentro, principalmente no silêncio, ela virá! Aparecerão sinais do que precisaremos fazer, amigos nos falarão de caminhos novos, sem que suspeitem da grande ajuda que nos estão dando, principalmente um sentimento de estar sendo atendido, de fazer parte de alguma coisa muito maior, de estar protegido, abraçado por um Amor imenso, certamente nos preencherá...
.
E assim, após cada mudança significativa na vida de cada um de nós, podemos ser mais nós mesmos, ao voltarmos para o lugar de onde partimos um dia, reconhecendo mais claramente quem somos, do que precisamos, com o quê realmente contamos!Voltar-se para o próprio Eu é dar as costas à solidão, encontrando finalmente o verdadeiro Amor, que sempre esteve presente, no silêncio mais profundo de nosso coração.
Por Maria Cristina

terça-feira, 11 de março de 2008

Autoconhecimento


Por que se conhecer ? Esta é uma pergunta que só você poderá responder. E este é um dos próprios motivos que me leva a olhar constantemente para dentro. É olhando para o nosso interior, examinando e transcendendo nossos padrões herdados de nossos pais, de nossos familiares e da própria cultura e sociedade que poderemos encontrar um sentido em nossas vidas, uma resposta para a pergunta que todos nós temos em nossa mente: "Para que estamos vivos ?"

O autoconhecimento nos leva a uma profunda viagem ao nosso interior, fazendo nos compreender por que reagimos a uma determinada situação, tornando-nos capazes de fazer uma escolha mais consciente, que consequentemente nos levará há uma satisfação e sentido de vida cada vez mais significativo.

Desde a mais tenra infância, fomos criando "couraças" para proteger nossa verdadeira essência. Fomos adquirindo padrões sócio-culturais que quando são rígidos e inflexíveis bloqueiam nosso processo de desenvolvimento. Vamos "levando" a vida, escutando apenas o que os outros, a sociedade e os nossos padrões nos dizem para fazer, muitas vezes, não dando ouvidos à nossa própria voz que vem do nosso coração, do nosso interior.

Muitos nem sequer tem consciência dessa voz interior, outros tentam silenciá-la a qualquer custo. Estão ainda iludidos pelas pressões, determinações e medos impostos pela sociedade e pelo próprio ego: "Mas o que vão pensar de mim se eu fizer isto ?"

Certas pessoas têm medo do que pode vir a acontecer, mas esquecem que a vida está presente no agora. E é no agora que o coração clama para que o sigamos, para que confiemos nele, pois é ali que está a verdadeira evolução e o verdadeiro aprendizado, junto com a verdadeira satisfação.

Assim, o autoconhecimento nos leva ao des-envolvimento de nossa Consciência, transcendendo as "couraças" e indo em direção da nossa verdadeira essência de Amor.
Autor: Saulo Fong