quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Descubra-se também nos defeitos


Existe um tempo em que estamos com a autoconfiança suficientemente desenvolvida para que possamos encarar alguns dos nossos defeitos, conscientes de que neles se encontram novas chances de progresso para nossa vida. É simples pensar assim, mas é extremamente difícil assumir honestamente aquilo que jamais gostaríamos de expor.

Quantas vezes nos sentimos magoados ou irritados com alguém que teve a coragem de nos dizer alguma coisa que não queríamos ouvir? Pense que, quanto mais magoados ou irritados ficamos, maior é a quantidade que possuímos daquilo que nos foi revelado.

Não queremos ser chamados de egoístas, de mentirosos, de manipuladores, medrosos, falsos, incompetentes, desajeitados, frios, bobos enfim, não queremos enxergar em nós esse lado tenebroso que é o nosso lado inferior.

Afinal somos pessoas tão boas, esclarecidas, lúcidas, honestas, embora não perfeitas porque ainda humanas.

Isso é verdade, somos também assim, mas isso não exclui uma infinidade de imperfeições que estão à espera de um cuidado especial para que, uma vez transformadas, possam ser incluídas nas nossas reservas de quilates mais altos, onde cabe ainda muita preciosidade.

Estamos tão acostumados a re-agir, que, mesmo quando alguém de fora reconhece algum talento que possuímos, nós tentamos negar que esse reconhecimento esteja correto.

Falsa humildade? Orgulho demais? Medo? Você se irrita porque não está ouvindo o que gostaria de ouvir?

Sim, temos um pouco ou muito de cada talento e de cada defeito. Somos, todos, micro representantes de um Universo Perfeito, e se assim entendemos podemos concluir que toda essa perfeição está em nós, com partes já manifestadas e outras em período de encubação. Mas para que essa beleza possa sair do seu casulo, precisamos encarar o esforço de sua gestação e a coragem de seu parto.

E quando se fala em gestação e parto devemos incluir o amor. E quando se fala em amor podemos nos lembrar que nossa base de perfeição está lá na nossa Essência, liberando todo o tempo, parte de Sua energia inesgotável.

Vamos nos conscientizar de que essa Chama Divina guardada em nós precisa ser ativada ininterruptamente. Conhecer nossos defeitos, aceitá-los como realidade e trabalhar na sua transformação nos abre um caminho direto de crescimento e nos ajuda a entrar no prazer e na felicidade.

Não tenha medo de ter medo, mas descubra qual a dose saudável que protege você e saia do exagero que o impede de agir. Encare-se! Não se orgulhe do seu orgulho, mas não o rejeite. Descubra a medida que você precisa para se permitir atuar com seus talentos. Coragem!

Não seja inflexível, você só é dono da sua verdade, portanto nem tudo pode acontecer do seu jeito. Seja confiante e assertivo e não tema sua sombra.
Ela só existe porque você é Luz!
Por Maria Lúcia Pellizzaro Gregori

sábado, 8 de novembro de 2008

Almas Perfumadas



Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos, Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Por Ana Cláudia Saldanha Jácomo

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ser Natural


Saber se estamos agindo de modo natural, ou seja, sem artifícios, artimanhas ou quaisquer outros recursos, para ganhar a simpatia do mundo, é uma ótima maneira de começarmos a conhecer quem, de fato, somos.

Em cada situação da vida, devemos nos perguntar se aquilo que estamos realizando, nos proporciona alegria, leveza e paz. Se a resposta for afirmativa certamente estaremos sendo naturais, isto é, vivenciando nossa verdade interior mais profunda e não apenas reagindo de modo premeditado, para corresponder às expectativas alheias.

Seguir a própria natureza é um desafio e tanto, visto que a maior parte das pessoas espera de nós um comportamento padrão, que não vá contra a regra vigente.

Suponhamos, por exemplo, que você amanheça um dia sentindo uma alegria enorme, sem uma razão específica, simplesmente baseada no fato de amar a vida e sentir-se feliz por poder desfrutá-la, e resolve expressar esta felicidade sorrindo e cumprimentando todos à sua volta, mesmo aos que não conhece. Certamente você será tachado de maluco.

O fato é que alguém extasiado é visto como anormal, e a felicidade incomoda mais do que o estado de miséria. Aos infelizes todos costumam dar mais atenção, pois este ato, para alguns, traz uma certa satisfação, um orgulho em poder consolar um pobre sofredor.

Os exageradamente felizes, são invejados e, muitas vezes, vistos como alienados, já que quem se acostumou a ser miserável jamais poderá compreender que felicidade não precisa de razões externas, ela está presente o tempo todo dentro de nós.

Encontrar a fonte de onde ela surge é, em síntese, descobrir o segredo que nos tornará de novo, espontâneos e naturais.
Por Elisabeth Cavalcante